segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

6ª Semana do Tempo Comum - Sexta-feira




REZANDO COM O EVANGELHO DO DIA

(LECTIO DIVINA)

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

Sexta-feira da 6ª Semana do Tempo Comum

1) Oração

Ó Deus, que prometestes permanecer
nos corações sinceros e retos,
dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, 
que possais habitar em nós.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

2) Leitura do Evangelho (Marcos 8, 34-9,1)

Naquele tempo, 34chamou Jesus a multidão juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. 35Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á. 36Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida? 37Ou que dará o homem em troca da sua vida?38Porque, se nesta geração adúltera e pecadora alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os seus santos anjos. 9:1E dizia-lhes: Em verdade vos digo: dos que aqui se acham, alguns há que não experimentarão a morte, enquanto não virem chegar o Reino de Deus com poder.

3) Reflexão Mc 8, 34-9,1


* O Evangelho de hoje traz as condições para uma pessoa poder seguir a Jesus. Pedro não entendeu a proposta de Jesus quando este lhe falou do sofrimento e da cruz. Pedro aceita Jesus como Messias, mas não como Messias sofredor. Diante da incompreensão de Pedro, Jesus descreve o anúncio da Cruz e explica o significado da cruz para a vida dos discípulos (Mc 8,27 a 9,1). 


* Contexto histórico de Marcos: Nos anos 70, quando Marcos escreve, a situação das comunidades não era fácil. Havia muito sofrimento, muitas cruzes. Seis anos antes, em 64, o imperador Nero havia decretado a primeira grande perseguição, matando muitos cristãos. Em 70, na Palestina, Jerusalém estava sendo destruída pelos romanos. Nos outros países, estava começando uma tensão forte entre judeus convertidos e judeus não convertidos. A dificuldade maior era a Cruz de Jesus. Os judeus achavam que um crucificado não podia ser o messias, pois a lei afirmava que todo crucificado devia ser considerado como um maldito de Deus (Dt 21,22-23). 


* Marcos 8,34-37Condições para seguir a Jesus


Jesus tira as conclusões que valiam para os discípulos, para os cristãos do tempo de Marcos e para nós que vivemos hoje: Quem quiser vir após mim tome sua cruz e siga-me! Naquele tempo, a cruz era a pena de morte que o império romano impunha aos marginais. Tomar a cruz e carregá-la atrás de Jesus era o mesmo que aceitar ser marginalizado pelo sistema injusto que legitimava a injustiça. A Cruz de Jesus não é fruto de fatalismo da história, nem é exigência do Pai. A Cruz é a conseqüência do compromisso livremente assumido por Jesus de revelar a Boa Nova de que Deus é Pai e que, portanto, todos e todas devem ser aceitos e tratados como irmãos e irmãs. Por causa deste anúncio revolucionário, ele foi perseguido e não teve medo de dar a sua vida. Prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão. Em seguida, Marcos insere aqui duas frases soltas.


* Marcos 8,38-9,1Duas frases soltas: uma exigência e um aviso.


A primeira (Mc 8,38), é a exigência para não termos vergonha do Evangelho, mas termos sim a coragem de professá-lo. A segunda (Mc 9,1), é um aviso sobre a vinda ou a presença de Jesus nos fatos da vida. Alguns achavam que Jesus viria logo (1Ts 4,15-18). Jesus, de fato, já veio e estava presente nas pessoas, sobretudo nos pobres. Mas eles não o percebiam. Jesus mesmo tinha dito: “Aquela vez que você ajudou o pobre, o doente, o sem casa, o preso, o peregrino, era eu!” (Mt 25,34-45)


4) Para um confronto pessoal

1. Qual é a cruz que pesa sobre mim e que me torna a vida pesada? Como a carrego?

2. Ganhar a vida ou perder a vida; ganhar o mundo inteiro ou perder a alma; ter vergonha do evangelho ou professa-lo publicamente. Como isto acontece em minha vida hoje?

5) Oração final

Feliz o homem que teme o Senhor, 
e põe o seu prazer em observar os seus mandamentos.
Será poderosa sua descendência na terra, 
e bendita a raça dos homens retos. (Sal 111, 1-2)



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